sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Resultados para resultados de E. coli

TIPO DE TESTE
BACTÉRIA
RESULTADO
Teste de Fenol
E. coli
Negativo
Hidrólise de Amido
E. coli
Negativo
Hidrólise de Caseína
E. coli
Negativo
Hidrólise de Gelatina
E. coli
Negativo
Teste de Indol
E. coli
Positivo
Methyl Red
E. coli
Positivo
Voges-Proskauer (VP)
E. coli
Negativo
Citrato
E. coli
Negativo
Urease
E. coli
Negativo
B-galactosidade
E. coli
Positivo
Nitrato
E. coli
Positivo
Pressão Osmótica
E. coli
Positivo
Tolerância a Sódio
E. coli
Negativo

Teste de Fenol – A reação da coloração do fenol é constante e envolve a participação de enzimas, como a tirosinase e outras substâncias fenólicas.

Hidrólise de amido – O teste é realizado para verificar se um determinado isolamento é capaz de produzir amilase ou, mais exatamente aα amilase.

Hidrólise de CaseínaO objetivo desta prova é determinar a capacidade do microrganismo excretar uma enzima hidrolítica extracelular capaz de degradar a caseína. A caseína é a mais importante proteína do leite, sendo uma macromolécula, composta por aminoácidos ligados entre si por ligações peptídicas, incapaz de penetrar na membrana celular dos microrganismos. Para que a caseína seja utilizada pelos microrganismos, tem de ser degradada em peptonas, polipeptídeos, dipeptídeos e finalmente em aminoácidos. Este processo é possível porque os microrganismos produzem enzimas proteolíticas (proteases) que catalisam a hidrólise da caseína em aminoácidos, os quais são depois assimilados e catabolizados pelas células.
  
Hidrólise de Gelatina – Bactérias proteolíticas são capazes de decompor ou hidrolisar a gelatina, fazendo-a perder suas características geleificantes. Prepara-se um meio de cultura adequado ao crescimento da espécie que se investiga e procede-se ao semeio. Após certo tempo, tubos para os quais repicou-se a bactéria juntamente com tubos controle são transferidos para geladeira e após 30-60 minutos, examinados. Se o meio ainda estiver líquido, houve hidrólise.

Teste de Indol – Usado para diferenciar se a bactéria é capaz de produzir indol, amonia e ácido pirúvico usando a enzima triptofanase a partir do triptofano. Em organismos indol positivos, os reagentes HCl e dimetilaminobenzaldeido se reagem com o indol para produzir um corante que torna a superfície do meio vermelho.

Methyl Red – Tem como objetivo determinar a capacidade dos microrganismos para oxidar a glicose com produção e manutenção de concentrações altas de produtos finais ácidos.

Voges-Proskauer (VP)O objetivo é determinar a capacidade dos microrganismos produzirem produtos finais não ácidos ou neutros, como o acetilmetilcarbinol, a partir dos ácidos orgânicos que resultam da metabolização da glicose.

Citrato – Este teste determina se a bactéria é capaz de utilizar o citrato de sódio como única fonte de carbono para o metabolismo e crescimento. Deve ser utilizado o meio Citrato de Simmons, contendo citrato de sódio, fosfato de amônia e azul de bromotimol. Com a facilidade do transporte de citrato pela citrato-permease há a sua utilização pela citrase, com produção de hidróxido de amônia que eleva o pH, fazendo com que a reação se torne azul. Nesse teste, utilizam-se tubos com meio inclinado para a cultura ter mais acesso ao oxigênio, que é necessário para utilização do citrato. O CO2 produzido reage com o sódio do citrato formando carbonatos de reação alcalina.

Urease – Certas bactérias são capazes de produzir urease, uma enzima que decompõem a uréia com liberação de amônia. Os testes geralmente envolvem a utilização de meios de cultura contendo uréia em sua composição e a constatação de atividade de urease é feita com indicadores para detectar o aumento do pH.

B-galactosidadeAlguns microrganismos, como a Escherichia coli, podem usar a lactose como a sua única fonte de carbono. As enzimas essenciais ao metabolismo deste hidrato de carbono são a b-galactosidase que hidrolisa a lactose, a galactose e glicose e uma permease que transporta a lactose através da membrana celular, tornando-a disponível para a
b-galactosidase intracelular. Os verdadeiros não fermentadores da lactose não possuem a b-galactosidase.

Nitrato – Muitas bactérias são capazes de reduzir nitratos a nitritos, ocorrendo mais rapidamente em condições anaeróbias (condição em que o nitrato substitui o oxigênio como aceptor final de elétrons). Adicionando-se algumas gotas dos reativos de Griess-Ilosva, o nitrito é evidenciado através da formação de um composto avermelhado.

Tolerância a Sódio – Este teste não se reveste de maiores complicações. Prepara-se meio líquido contendo quantidades crescentes de NaCl (0; 0,5%; 1,0%; 1,5% ...n), dispensa-se em tubos, procede-se ao semeio da bactéria e incuba-se. Onde houver turbidez, houve crescimento.

Acidentes de Trabalho em Profissionais da área da Saúde

Artigo: Acidente de trabalho, com material biológico, em profissionais de saúde de hospitais públicos do Distrito Federal, Brasil, 2002/2003

                         
Vários estudos sobre a transmissão do vírus HIV em profissionais da saúde têm sido realizados em várias partes do mundo principalmente nos EUA, entretanto no Brasil os estudos epidemiológicos são muito superficiais sobre o assunto. O Ministério da Previdência e Assistência Social define como acidente de trabalho o fato ocorrido pelo exercício de trabalho a serviço da empresa e que cause lesão corporal ou perturbação funcional que cause morte, perda ou redução da capacidade para o trabalho, a lei n° 6.367 de 19 de outubro de 1976 equipara a contaminação por HIV de profissionais de saúde como acidente de trabalho. Porém acidentes envolvendo material biológico não se enquadram na definição legal embora muito comuns entre estes profissionais. O fato da não obrigatoriedade da comunicação dos acidentes dificulta muito a mensuração do problema e descaracteriza o momento da transmissão impossibilitando a definição legal de acidente de trabalho.
O trabalho permitiu concluir que o número de acidentes de trabalho com profissionais de saúde tem uma relação inversamente proporcional ao porte da empresa e que os profissionais que mais se acidentam são o cirurgião dentista, o médico e o técnico em laboratório. Os homens se acidentam mais que as mulheres. A aplicação de conteúdo sobre biossegurança não interferiu positivamente para a diminuição dos acidentes. Os profissionais mais antigos e com maior conhecimento sobre normas de segurança têm um índice maior de acidentes e informações sobre utilização de EPIS também não surtiram efeitos positivos. Tudo isso indica que deve-se realizar uma revisão dos conteúdos aplicados e também dos métodos didáticos.


Fonte: http://www.scielo.br/pdf/csp/v21n3/07.pdf

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Resíduos de Serviços de Saúde



Conforme a NBR n0 10.004, da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT – Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, são os que resultam de atividades hospitalares, e dos demais estabelecimentos prestadores de serviços de saúde, cabendo aos mesmos o gerenciamento de seus resíduos sólidos, desde a geração até a disposição final, de forma a atender aos requisitos ambientais e de saúde pública.
A Res. 283 do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA - de 12 de julho de 2001 define Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) como aqueles provenientes de qualquer unidade que execute atividades de natureza médico-assistencial humana ou animal, os provenientes de centros de pesquisa, desenvolvimento ou experimentação na área de farmacologia e saúde, medicamentos e imunoterápicos vencidos ou deteriorados, aqueles provenientes de necrotérios, funerárias e serviços de medicina legal e aqueles provenientes de barreiras sanitárias.
Os resíduos hospitalares favorecem um ambiente para o aparecimento de vetores como insetos e roedores, podendo gerar perigo a saúde humana e ao meio ambiente quando indevidamente tratado, armazenado e transportado.
Se não forem manipulados adequadamente podem ocasionar acidentes com graves consequências para os trabalhadores, notadamente os pérfuro-cortantes, que podem contrair doenças como hepatite e AIDS além do que podem contribuir para a infecção hospitalar.


GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS


Os geradores de RSS devem adotar um Programa de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde que se constitui num conjunto de procedimentos de gestão, planejados e implementados a partir de bases científicas, normativas e legais com o objetivo de minimizar a produção de resíduos e proporcionar aos resíduos gerados, um encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando e proteção dos funcionários, a preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente.
Caberá ao responsável legal dos estabelecimentos a responsabilidade pelo gerenciamento de seus resíduos desde a geração até a disposição final, de forma a atender aos requisitos ambientais e de saúde pública, sem prejuízo da responsabilidade civil solidária, penal e administrativa de outros sujeitos envolvidos, em especial os transportadores e depositários finais, como preveem a Res. nº 283 de 12 de julho de 2001 e a Lei nº 9.605, de fevereiro de 1998 (Crimes Contra o Meio Ambiente).


PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS

É o documento que aponta e descreve as ações relativas ao manejo dos resíduos sólidos, observadas suas características, no âmbito dos estabelecimentos, contemplando os aspectos referentes à geração, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e destinação final, bem como a proteção à saúde pública.
Além da responsabilidade, já definida, pela implantação do PGRSS a unidade geradora deve contemplar ainda outras medidas que envolvam todo o pessoal de modo a estabelecer o envolvimento coletivo. O planejamento do Programa deve ser feito em conjunto com todos os setores definindo-se responsabilidades e obrigações de cada um em relação aos riscos.
A elaboração, implantação e desenvolvimento do PGRSS, deve envolver os setores de higienização e limpeza, a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar – CCIH, e os Serviços de Engenharia de Segurança e Medicina no Trabalho – SESMT, onde houver obrigatoriedade de existência desses serviços, através de seus responsáveis, abrangendo toda a comunidade do estabelecimento, em consonância com as legislações de saúde, ambiental e de Energia Nuclear, vigentes.
Devem ainda fazer parte do Plano de ações para emergências e acidentes, de controle integrado de pragas e de controle químico, compreendendo medidas preventivas e corretivas assim como de prevenção de saúde ocupacional. Por fim as operações de venda ou de doação dos resíduos destinados à reciclagem ou compostagem devem ser registradas.


CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS (RESOLUÇÃO Nº 283, DE 12 DE JULHO DE 2001)

Resíduos Grupo A

Resíduos que apresentam risco à saúde pública e ao meio ambiente devido à presença de agentes biológicos:
- inoculo, mistura de microrganismos e meios de cultura inoculados provenientes de laboratório clínico ou de pesquisa, bem como, outros resíduos provenientes de laboratórios de análises clínicas;
- vacina vencida ou inutilizada;
- filtros de ar e gases aspirados da área contaminada, membrana filtrante de equipamento médico hospitalar e de pesquisa, entre outros similares; sangue e hemoderivados e resíduos que tenham entrado em contato com estes;
- tecidos, membranas, órgãos, placentas, fetos, peças anatômicas;
- animais inclusive os de experimentação e os utilizados para estudos, carcaças, e vísceras, suspeitos de serem portadores de doenças transmissíveis e os morto à bordo de meios de transporte, bem como, os resíduos que tenham entrado em contato com estes;
- objetos perfurantes ou cortantes, provenientes de estabelecimentos prestadores de serviços de saúde;
- excreções, secreções, líquidos orgânicos procedentes de pacientes, bem como os resíduos contaminados por estes;
- resíduos de sanitários de pacientes;
- resíduos advindos de área de isolamento;
- materiais descartáveis que tenham entrado em contato com paciente;
- lodo de estação de tratamento de esgoto (ETE) de estabelecimento de saúde;
- resíduos provenientes de áreas endêmicas ou epidêmicas definidas pela autoridade de saúde competente.


Resíduos Grupo B

Resíduos que apresentam risco à saúde pública e ao meio ambiente devido as suas características física, químicas e físico-químicas:
- drogas quimioterápicas e outros produtos que possam causar mutagenicidade e genotoxicidade e os materiais por elas contaminados;
- medicamentos vencidos, parcialmente interditados, não utilizados, alterados e medicamentos impróprios para o consumo, antimicrobianos e hormônios sintéticos;
- demais produtos considerados perigosos, conforme classificação da NBR 10.004 da ABNT (tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos).


Resíduos Grupo C

Resíduos radioativos: enquadram-se neste grupo os resíduos radioativos ou contaminados com radionuclídeos, provenientes de laboratórios de análises clínicas, serviços de medicina nuclear e radioterapia, segundo a Resolução CNEN 6.05.

Resíduos Grupo D

Resíduos comuns: São todos os demais que não se enquadram nos grupos descritos anteriormente.






Fonte: http://www.maisprojetos.com.br/pdf/qualidade/boas_praticas_rss.pdf

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Mapa de Risco

O Diário Oficial da União de 20 de agosto de 1992 publicou uma portaria do Departamento Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador (DNSST) implantando a obrigatoriedade da elaboração de mapas de riscos pelas Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPAS) nas empresas. Essa portaria entrou em vigor em dezembro último.
O mapa é um levantamento dos pontos de risco nos diferentes setores das empresas. Trata-se de identificar situações e locais potencialmente perigosos.
A partir de uma planta baixa de cada seção são levantados todos os tipos de riscos, classificando-os por grau de perigo: pequeno, médio e grande.
Estes tipos são agrupados em cinco grupos classificados pelas cores vermelho, verde, marrom, amarelo e azul. Cada grupo corresponde a um tipo de agente: químico, físico, biológico, ergonômico e mecânico.
O mapa deve ser colocado em um local visível para alertar aos trabalhadores sobre os perigos existentes naquela área. Possibilita, durante a sua elaboração, a troca e divulgação de informações entre os trabalhadores, bem como estimula sua participação nas atividades de prevenção.


Para elaborar um mapa de risco é necessário:
  • conhecer os setores/seções da empresa:  O que é e como produz. Para quem e quanto produz (direito de saber);
  • fazer o fluxograma (desenho de todos os setores da empresa e das etapas de produção).Listar todas as matérias-primas e os demais insumos (equipamentos, tipo de alimentação das máquinas etc.) envolvidos no processo produtivo;
  • listar todos os riscos existentes, setor por setor, etapa por etapa (se forem muitos, priorize aqueles que os trabalhadores mais se queixam, aqueles que geram até doenças ocupacionais ou do trabalho comprovadas ou não, ou que haja suspeitas);
  • julgar importante qualquer informação do trabalhador.






Assepsia e Antissepsia: Técnicas de Esterilização

O hospital deve ser considerado insalubre por vocação, pois concentra hospedeiros mais suscetíveis e microrganismos mais resistentes. Os micro-organismos contaminam artigos hospitalares, colonizam pacientes graves e podem provocar infecções mais difíceis de serem tratadas. O risco de contraí-las depende, no entanto, do número e da virulência dos microrganismos presentes e, acima de tudo, da resistência antiinfecciosa local, sistêmica e imunológica do paciente e da consciência do pessoal médico e paramédicos que atuam no estabelecimento.
O ato de lavar as mãos, antes e após examinar pacientes, ainda não é um hábito corrente em nossos dias, século XXI, apesar da sua importância já ter sido demonstrada em 1847/8 por Semmelweis em Viena.
Por ser o hospital um ambiente insalubre, as técnicas de assepsia, anti-sepsia e de esterilização são de extrema importância para reduzir os riscos de infecção. Aqui são apresentados os principais anti-sépticos e técnicas de esterilização.

Assepsia: é o conjunto de medidas que utilizamos para impedir a penetração de microrganismos num ambiente que logicamente não os tem, logo um ambiente asséptico é aquele que está livre de infecção.

Antissepsia: é o conjunto de medidas propostas para inibir o crescimento de microrganismos ou removê-los de um determinado ambiente, podendo ou não destruí-los e para tal fim utilizamos antissépticos ou desinfetantes.

Degermação: Vem do inglês degermation, ou desinquimação, e significa a diminuição do número de microrganismos patogênicos ou não, após a escovação da pele com água e sabão.

Fumigação: é a dispersão sob forma de partículas, de agentes desinfectantes como gases, líquidos ou sólidos.

Desinfecção: é o processo pelo qual se destroem particularmente os germes patogênicos e/ou se inativa sua toxina ou se inibe o seu desenvolvimento. Os esporos não são necessariamente destruídos.

Esterilização: é processo de destruição de todas as formas de vida microbiana (bactérias nas formas vegetativas e esporuladas, fungos e vírus) mediante a aplicação de agentes físicos e ou químicos, Toda esterilização deve ser precedida de lavagem e enxaguadura do artigo para remoção de detritos.

Esterilizantes: são meios físicos (calor, filtração, radiações, etc.) capazes de matar os esporos e a forma vegetativa, isto é, destruir todas as formas microscópicas de vida.

Esterilização: o conceito de esterilização é absoluto. O material é esterilizado ou é contaminado, não existe meio termo.

Germicidas: são meios químicos utilizados para destruir todas as formas microscópicas de vida e são designados pelos sufixos "cida" ou "lise", como por exemplo, bactericida, fungicida, virucida, bacteriólise, etc.

Classificação dos Principais Riscos Ocupacionais em Grupos, de Acordo com sua Natureza e a Padronização das Cores Correspondentes

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Risco Biológico

São considerados riscos biológicos: vírus, bactérias, parasitas, protozoários, fungos e bacilos.
Os riscos biológicos ocorrem por meio de microrganismos que, em contato com o homem, podem provocar inúmeras doenças. Muitas atividades profissionais favorecem o contato com tais riscos. É o caso das indústrias de alimentação, hospitais, limpeza pública (coleta de lixo), laboratórios, etc.
Entre as inúmeras doenças profissionais provocadas por microrganismos incluem-se: tuberculose, brucelose, malária, febre amarela.
Para que essas doenças possam ser consideradas doenças profissionais, é preciso que haja exposição do funcionário a estes microrganismos.
São necessárias medidas preventivas para que as condições de higiene e segurança nos diversos setores de trabalho sejam adequadas.
Os riscos biológicos em laboratórios podem estar relacionados com a manipulação de:

-  Agentes patogênicos selvagens;
-  Agentes patogênicos atenuados;
-  Agentes patogênicos que sofreram processo de recombinação;
-  Amostras biológicas;
-  Culturas e manipulações celulares;
-  Animais.

Todos os itens citados acima podem tornar-se fonte de contaminação para os manipuladores. As principais vias envolvidas num processo de contaminação biológica são a via cutânea ou percutânea (com ou sem lesões - por acidente com agulhas e vidraria, na experimentação animal - arranhões e mordidas), a via respiratória (aerossóis), a via conjuntiva e a via oral.
Há uma classificação dos agentes patogênicos selvagens que leva em consideração os riscos para o manipulador, para a comunidade e para o meio ambiente. Esses riscos são avaliados em função do poder patogênico do agente infeccioso, da sua resistência no meio ambiente, do modo de contaminação, da importância da contaminação (dose), do estado de imunidade do manipulador e da possibilidade de tratamento preventivo e curativo eficazes.
As classificações existentes (OMS, CEE, CDC-NIH) são bastante similares, dividindo os agentes em quatro classes:
-  Classe 1 - onde se classificam os agentes que não apresentam riscos para o manipulador, nem para a comunidade (ex.: E. coli, B. subtilis);
- Classes 2 - apresentam risco moderado para o manipulador e fraco para a comunidade e há sempre um tratamento preventivo (ex.: bactérias - Clostridium tetani, Klebsiella pneumoniae, Staphylococcus aureus; vírus - EBV, herpes; fungos - Candida albicans; parasitas - Plasmodium, Schistosoma);
- Classe 3 - são os agentes que apresentam risco grave para o manipulador e moderado para a comunidade, sendo que as lesões ou sinais clínicos são graves e nem sempre há tratamento (ex.: bactérias - Bacillus anthracis, Brucella, Chlamydia psittaci, Mycobacterium tuberculosis; vírus - hepatites B e C, HTLV 1 e 2, HIV, febre amarela, dengue; fungos - Blastomyces dermatiolis, Histoplasma; parasitos - Echinococcus, Leishmania, Toxoplasma gondii, Trypanosoma cruzi);
- Classe 4 - os agentes desta classe apresentam risco grave para o manipulador e para a comunidade, não existe tratamento e os riscos em caso de propagação são bastante graves (ex.: vírus de febres hemorrágicas).
Em relação às manipulações genéticas, não existem regras pré-determinadas, mas sabe-se que pesquisadores foram capazes de induzir a produção de anticorpos contra o vírus da imunodeficiência simiana em macacos que foram inoculados com o DNA proviral inserido num bacteriófago. Assim, é importante que medidas gerais de segurança sejam adotadas na manipulação de DNA recombinante, principalmente quando se tratar de vetores virais (adenovírus, retrovírus, vaccínia). Os plasmídeos bacterianos apresentam menor risco que os vetores virais, embora seja importante considerar os genes inseridos nesses vetores (em especial, quando se manipula oncogenes).
De maneira geral, as medidas de segurança para os riscos biológicos envolvem:
-  Conhecimento da Legislação Brasileira de Biossegurança, especialmente das Normas de Biossegurança emitidas pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança;
-  O conhecimento dos riscos pelo manipulador;
-  A formação e informação das pessoas envolvidas, principalmente no que se refere à maneira como essa contaminação pode ocorrer, o que implica no conhecimento amplo do microrganismo ou vetor com o qual se trabalha;
-  O respeito das Regras Gerais de Segurança e ainda a realização das medidas de proteção individual;
-  Uso do avental, luvas descartáveis (e/ou lavagem das mãos antes e após a manipulação), máscara e óculos de proteção (para evitar aerossóis ou projeções nos olhos) e demais Equipamentos de Proteção Individual necessários,
-  Utilização da capela de fluxo laminar corretamente, mantendo-a limpa após o uso;
-  Autoclavagem de material biológico patogênico, antes de eliminá-lo no lixo comum;
-  Utilização de desinfetante apropriado para inativação de um agente específico.

Fonte: http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/lab_virtual/riscos_biologicos.html

Biossegurança e Ética

RECOMENDAÇÕES INTERNACIONAIS



As condições de segurança da área laboratorial/hospitalar dependem de vários fatores físicos (características do local; características do material utilizado; informação e formação do pessoal).
A Organização Mundial de Saúde, bem como o Ministério da Saúde publicam, periodicamente, manuais sobre normas de segurança. Atualmente, dentro desta área, o assunto mais discutido em função de sua importância é a Biossegurança, ou seja, as normas que envolvem o pessoal da área médico - hospitalar.
Algumas destas normas são de extrema relevância e devem ser plenamente definidas:

- UNIFORMES: obrigatoriamente protegido com avental de mangas longas, fechado na frente e longo (abaixo dos joelhos).

- CABELOS: permanentemente presos na sua totalidade. Em áreas de controle biológico, o uso do gorro é obrigatório (Laboratório de Cultura, Biologia Molecular, Produção de Componentes Lábeis Sanguíneos, Laboratório de Microbiologia, Isolamento Reverso, Centro Cirúrgico, etc.).

- SAPATOS: exclusivamente fechados. Não deve ser permitido o uso de sandálias dentro de áreas hospitalar e laboratorial.

- JÓIAS E BIJUTERIAS: deve-se usar o mínimo possível. Não se deve usar anéis que contenham reentrâncias, tais como incrustações de pequenos brilhantes ou pedras, assim como não se deve usar pulseiras e colares que possam tocar superfícies de trabalho e/ou pacientes, vidrarias, etc.

- MAQUIAGEM E PERFUME: a maquiagem é uma grande fonte de partículas na área laboratorial e hospitalar, partículas estas que significam perigo! As maquiagens liberam milhares destas partículas, na maior parte aderentes, pois contêm glicerina, mica, titânio, entre outras coisas. Entre as maquiagens, o excesso de batom e rímel significam, sem dúvidas, um dos maiores problemas, assim como laquê. Os perfumes devem ser evitados em ambientes técnicos por inúmeros motivos: são poluentes ambientais, muitos pacientes têm intolerância a odores, em função de seu estado de saúde e outros em função dos medicamentos que fazem (quimioterapia e radioterapia), e podem impregnar ambientes fechados que contenham filtros em ar condicionado, agravando o estado de saúde de muitos alérgicos.

- UNHAS: devem ser curtas e bem cuidadas. Não podem ultrapassar a “ponta dos dedos”. Preferencialmente sem conter esmalte, principalmente nas áreas de isolamento reverso e laboratórios de Cultura Celular. O esmalte libera partículas por micro - fraturas.

O acesso ao laboratório é limitado ou restrito ao pessoal técnico. Não permita a circulação de pacientes ou de quadros administrativos, que não advertidos dos riscos biológicos, podem se contaminar.
Os trabalhos da área técnica devem estar corretamente uniformizados sobre a importância do uso dos equipamentos de proteção individual - EPIs, no sentido de prevenir a contaminação da pele e da indumentária.


- ROUPAS PROTETORAS: avental exclusivamente de manga longa, permanentemente fechado. Deve ser usado no interior do laboratório, e deve permanecer no vestuário técnico, não devendo ser usado em áreas públicas como: bares, lanchonetes, banco, etc.

- ÓCULOS: devem ser usados para todas as áreas nas atividades de risco, como manipulação de produtos biológicos potencialmente contaminados, produtos químicos, além daquelas que portam risco de radiação e/ ou iluminação (uso de óculos especiais em presença de lâmpada U.V.).

- MÁSCARAS: devem ser usadas sempre que manipuladas substâncias químicas como alto teor de evaporação (além de serem manipuladas em capelas de exaustão), e em áreas de alta contaminação com produtos biológicos. As máscaras podem e devem ser usadas também no sentido de não contaminarmos o ambiente (isolamento reverso, centro cirúrgico, etc.).

- LUVAS: obrigatórias na manipulação de qualquer material biológico, e com determinados produtos químicos.

Recomendações


- Todo material biológico é por princípio contaminado.

- Todo material químico é por princípio prejudicial à saúde.

- As superfícies de trabalho devem ser descontaminadas pelo menos uma vez ao dia, e sempre após o respingo de qualquer material, sobretudo material biológico. O laboratório deve ser mantido limpo e livre de todo e qualquer material não relacionado às atividades nele executadas.

- Proibido manter pertences, bolsas, jornais, flores, casacos, ventilador, rádio, TV, etc., na área técnica.

 - Sempre após a manipulação de material biológico, ou antes, de deixar o laboratório, os técnicos devem lavar as mãos.
  
- Todos os procedimentos devem ser conduzidos com máximo cuidado, visando evitar a formação de aerossóis.

- Todo material biológico, sólido ou líquido, deve ser descontaminado antes da lavagem ou do descarte. O material deve ser descontaminado fora da área de atividades do laboratório. Deverá ser colocado em um recipiente a prova de vazamento e devidamente fechado antes do seu transporte.

- Para fins de pipetagem devem ser utilizados dispositivos auxiliares, mecânicos, elétricos, tais como: peras de borracha, pipetadores automáticos, etc.

- É essencial o uso dos EPIs - roupas protetoras, avental e de luvas, durante a execução de atividades no interior do laboratório, no sentido de prevenir a contaminação da pele e da indumentária do técnico, isto sendo válido para visitantes, representantes de firmas que entrem dentro da área técnica.

- As roupas protetoras somente devem ser usadas no interior do laboratório, e em corredores de áreas técnicas comuns, devendo ser retiradas quando o técnico deixar o ambiente. É proibido o uso de tais roupas e de luvas, nas áreas externas do laboratório, tais como: sala de lanche, área administrativa, toaletes, banco, lanchonete, transporte público, etc.

- Quando necessário, fazer uso de óculos de proteção, ou outro tipo de proteção facial.

- As portas dos laboratórios devem conter sinais e informações indicativas do grau de risco dos agentes manipuladores e do cuidado a ser mantido no momento da entrada no mesmo.

- Quando existirem janelas nas dependências do laboratório, elas devem ser dotadas de proteção contra insetos.

- Deve ser procedido o controle de insetos e roedores nas dependências do laboratório.

- As bancadas do laboratório devem ser impermeáveis e resistentes a ácidos, álcalis, solventes orgânicos e calor moderado. O mobiliário deve ser firme e com espaços para facilitar a limpeza.


É EXPRESSAMENTE PROIBIDO NA ÁREA LABORATORIAL


  - Comer, beber, fumar.

- Fazer aplicações de cosméticos.
  
 - Deve ser proibido o manuseio de maçanetas, telefones, puxadores de armários, ou outros objetivos de uso comum por pessoas usando luvas durante a execução de atividades em que, agentes patogênicos ou material correlato (químico e/ou biológico) esteja sendo manipulado.

 - Não é permitida a presença de animais e plantas que não estejam relacionados com as atividades do laboratório.

- Proíba o uso de ventiladores na área laboratorial.

- Proíba o uso de rádio/TV no laboratório.




RECOMENDAÇÕES INTERNACIONAIS


 - Cuidado com o uso de Substâncias Químicas

- Leia com atenção os rótulos dos frascos e dos reagentes antes de utilizá-los, isto evitará erros na realização das técnicas.

 -Use sempre as quantidades de reagentes indicadas. Coloque em ordem os materiais e reagentes necessários antes de iniciar a manipulação, para verificar se não está faltando nada.

- Após o uso de produtos químicos, coloque-os no devido lugar.

- Conserve os frascos fechados, não coloque tampas de qualquer maneira sobre a bancada.

- Nunca cheire diretamente e nem prove qualquer substância utilizada ou produzida durante as manipulações.

- Ao derramar qualquer substância, providencie a limpeza imediata.

- Se precisar diluir um ácido, despeje-o lentamente sobre água e agite. Esta técnica é importante sobretudo para o ácido sulfúrico.

- Tome cuidado com reações que desenvolvem grande quantidade de energia.

- Não jogue nenhum material sólido, produto químico e biológico dentro da pia, ou da rede de esgoto comum.

- Não misture as substâncias ao acaso.

- Não trabalhe com substâncias não identificadas (sem rótulos).


CUIDADOS COM O USO DO FOGO


- Mantenha as substâncias inflamáveis longe das chamas.
 - Ao aquecer qualquer substância em um tubo de ensaio, segure-o com pinça voltando à extremidade aberta do tubo para o local em que haja nenhuma pessoa.

- Não aqueça nenhuma substância em recipiente totalmente aberto.

- Ao aquecer líquidos, coloque sempre pedrinhas de ebulição.

- Preste atenção no bico de gás, verificando se não há vazamento e após o uso feche imediatamente o registro. Em caso de dúvidas, consulte seu superior.

- Mantenha seu rosto sempre afastado do recipiente onde esteja ocorrendo uma reação química ou combustão.
  
- Faça periodicamente revisão dos extintores de incêndios, bem como treinamento com o Corpo de Bombeiros.


CUIDADOS COM USO DE VIDRARIAS


- Não empregue vidraria trincada.

- Ao introduzir tubo de vidro ou termômetro em rolhas, umedeça-os convencionalmente e enrole a peça de vidro numa toalha para proteger as mãos.

- Coloque peças quentes de vidro em local apropriado.

- Para sustentar uma peça de vidro por meio de uma garra metálica, envolva com pedaço de borracha ou pano.




Fonte: http://www.hemocentro.fmb.unesp.br/bioetica.htm